Antes de tudo este texto é um teste para ver se dá certo, então, não me xinguem (muito) caso ele tenha sido uma merda =P
"O Senhor da Chuva", era assim como o chamavam. Em todos os lugares existe uma ou duas lendas urbanas que as crianças e adolescentes contam para se divertir. Ficam acordados até tarde para por em prática os modos que existem para se chamar esta tal lenda. Aqui não era diferente. A lenda que todos falavam era a do "Senhor da Chuva", aparentemente um fantasma que morreu na estrada numa noite de chuva, e toda vez que aquela chuva de verão aparece de novo, aparecem relatos de pessoas dizendo que o viram.
- Ei! Felipe! Vamos logo, no jornal falou que ia cair uma chuva hoje! - Disse Thiago, entusiasmado. Ele curtia essas coisas mais que eu. Eu não era muito de ver filmes de terror ou ler histórias do mesmo. Gostava do conforto, sem nenhuma surpresa. Mas, dessa vez eu aceitei ir com ele. Estava devendo isto já faz muito tempo.
Enquanto desço as escadas, ele vai me dando instruções sobre o que fazer caso vejamos o fantasma. Blá blá blá tirar foto. Concordo com a cabeça. Blá blá blá sair correndo. Concordo com a cabeça. Blá blá blá se não a gente morre. Concordo. Blá blá blá Felipe, você está me ouvindo?
Devia ter concordado com a cabeça, pelo menos teria evitado um pesco-tapa que me deixaria vermelho.
...
- Thiago, já se passaram três horas nessa maldita chuva, e nós ainda não vimos a porra do fantasma! - resmunguei com a voz rouca e o nariz escorrendo.
- Ah, para de reclamar! Logo logo ele vai aparecer. - disse otimista, porém, dava para ouvir a frustração em sua voz. - Oh meu Deus, esqueci a lanterna em casa! Como vamos vê-lo caso escureça demais, porque, você sabe, esses postes nunca acendem na hora certa.
Concordei a contra gosto, e ele saiu correndo em direção a sua casa.
Acho que vi algo... duas luzes no meio da estrada. Ando em direção aquelas luzes. O Thiago iria me achar, afinal, é uma estrada, é só ele seguir reto.
As lues parecem estar chegando perto. O chão parece tremer com a chegada delas. "Meu Deus, é o senhor da chuva!" Que fantástico! Finalmente verei o maldito fantas... Não... As duas luzes eram os faróis de um ônibus que estava vindo em minha direção. Era uma distância muito curta para ele tentar frear, ou para eu tentar correr. Cubro meus olhos e rosto com os braços, numa tentativa desesperada de não me machucar.
É o fim...
Fico ali parado por uns cinco segundos, e então percebo que não me aconteceu nada. Tiro os braços da minha frente, e abro os olhos. A chuva parece ter engrossado, ou será que foi a névoa?
Olho para trás em busca do ônibus. O encontro, e logo ele desaparece como se fosse feito de areia e alguém o soprasse. "Ah, caramba! Um /ônibus fantasma!" Fico confuso, e ao mesmo tempo aliviado por não ter morrido.
Espere, o que é aquilo? Vejo a luz de uma lanterna iluminar o rosto de Thiago, que estava agachado no chão chorando e olhando para algo que não conseguia ver. Saio correndo em sua direção.
- O que houve Thia.... - Ele desapareceu como o ônibus antes que conseguisse terminar a frase - Mas que porra foi essa?!
Olho em volta e só consigo ver a névoa e a chuva. Corro para uma direção qualquer tentando achar algo ou alguém. Talvez uma casa, uma pessoa, parede, o que fosse para eu poder me guiar até minha casa. Fiz isso aparentemente por um minuto. Vendo que não encontraria nada, eu paro. Estava cansado e confuso.
Antes que eu pudesse tomar o ritmo da corrida de novo, vejo a luz de uma lanterna iluminando o chão da estrada. Ouço também algumas vozes conversando. Finalmente! Corro em direção à lanterna, e... Eram só silhuetas. Sem rosto ou corpo. Solto um grito de desespero, do qual até eu me assustei de ter escutado. Depois do grito as silhuetas desaparecem.
Corro na direção oposta, encontrando outras silhuetas, e outras, e outras, e outras, e outras. Que merda estava acontecendo?
Sento no chão da estrada, ofegante. Uma silhueta desatenta se aproxima de mim. Não grito, não faço nada. Estava muito confuso para fazer qualquer coisa. Mas, dessa vez foi ele que gritou e correu na direção oposta, deixando cair a lanterna e uns papéis que estavam em baixo do braço.
Pego a lanterna e ilumino o papel que havia as inscrições "Teorias Sobre o Senhor da Chuva"
Logo quando se abria a primeira página, se via uma matéria de jornal com o título "Acidente na estrada mata um jovem".
Mas.. quando eu abri a última página, eu gelei. Tinha o título "Foto do Senhor da Chuva".
Pego a foto e levanto ela na altura dos olhos. Meu estomago fica embrulhado e minha mente turva. Ainda bem que eu estava sentado, pois, se estivesse em pé, cairia.
Era uma foto minha.