Doce Morte .

Aquela euforia momentânea fazia o rapaz se debater contra os móveis. Sentado sozinho naquele quarto escuro, na frente de uma tela que mostrava um pequeno slide com cenas de mulheres esfaqueadas enquanto seus olhos acompanhavam cada imagem como se fossem obras de arte. O som de Beethoven faz com que seu sangue corra depressa, sua pupila completamente dilatada refletia as imagens perfeitamente. Suas mãos não ficavam quietas, seus dedos batucavam a cada instante. Ele berrava e gritava como se houvesse alguém discutindo com ele, mas não havia ninguém, apenas ele mesmo. Ele berrava e as vezes conversava calmamente consigo mesmo, discordava das próprias ideias e logo as aceitava. Quando seus olhos fechavam, sua cabeça dançava no ritmo da sinfonia. Era aquele momento, sua existência não podia ser negada para sempre. A faca em seu colo refletia a luz da tela contra seus olhos, aí que a lâmina chama a total atenção do jovem louco. Ele empunha-a e admira a beleza de sua amiga. O simples impulso dos joelhos e seu corpo se levanta da cadeira, o mesmo caminha até uma porta branca com várias cadeados, destranca cada um de uma vez e adentra da escura e fria sala. Lá que o rapaz aperta um interruptor e liga várias e várias luzes coloridas e piscantes por todo quarto estreito. Ao meio do quarto se encontra uma moça com um vestido de seda branca como de costume. Aquele ritual era mais que perfeito, a moça era livre pra correr e lutar contra seu carrasco. E a mesma faz a mesma coisa, ela corre e se debate contra as paredes enquanto ele simplesmente caminha com um belo sorriso no rosto, balançando sua faca e viajando nos próprios pensamentos e na melodia de Beethoven. Um simples levantar do braço, ele segura o queixo da moça e joga-a contra a parede, seu gemido de dor logo é calado quando sua boca é tapada com a mesma mão, a outra mão surge da cintura do rapaz e atinge-a diretamente no estômago, rasgando-o ao meio. O sangue que inunda seu estômago sobe por seu esôfago e derrama pela mão do rapaz. O próximo golpe acerta perfeitamente entre as costelas, furando um de seus pulmões, mas após do segundo golpe, ele não para, apenas continua golpeando várias e várias vezes enquanto sua feição não muda, a dor dela era seu prazer. O fim da vida dela, daria início a do rapaz. A dor de estar vivo teria sido cessada, ela deveria era agradecer por ser tirada de um mundo tão desprezível, mas não, ela fica lá, sentada ao chão, encostada na parede sangrando até a morte. Mal agradecida.

muito bom

Obrigada ! estou escrevendo outro já (;