Terra maldita

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    Lorenço/ Oque eu fiz.

    cabufao
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    Mensagens : 6
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    Lorenço/ Oque eu fiz. Empty Lorenço/ Oque eu fiz.

    Mensagem por cabufao Dom Abr 28, 2013 12:48 pm

    – Você é o culpado.
    . Lourenço não sabia porque estava ali, apenas estava. Lourenço observava as pessoas, não conseguia ver o rostos delas, apenas borrões, via apenas o rosto do Juiz e seu olhar frio e faminto. Sentavam dois rapazes de terno ao lado de Lourenço, seus rostos também estavam manchados, Lourenço olhava para suas mãos estavam ofuscadas .
    De súbito se encontrava em sua cama suando e tendo calafrios. Ficava sentado na cama olhando para frente, não sabia porque acordará assustado muito menos porque estava suando. Levantou-se e em passos lentos e confusos chegou ao banheiro, lavou o rosto diversas vezes. Quando se virou viu um ser sem cabelo, e com olhos arregalados e famintos. Ele observava Lourenço que agora estava horrizado com aquilo, caia para traz quase quebrando a pia. No chão agonizava pedindo a Deus, mas de nada adiantou. O monstro agora foi criando forma cada vez que chegará mais perto, parecia muito com sua mãe.
    – O que eu fiz...
    Era um parque, Lourenço estava sentado no banco observando sua mãe brincar com seu irmão mais novo. Estava contente, gostava de sentir o cheiro das arvores, o vento batendo no rosto, era divertido. Ele se levantava e se juntava a brincadeira, os três brincavam felizes. Logo, o rosto de sua mãe foi tomando uma forma cadavérica. Lourenço se afastava, ele olhava para seu irmão procurando respostas, porém, não encontrava. Seu irmão estava no chão, morto. Sua mãe, morrendo.
    – O que eu fiz...
    Estava tudo escuro, mas com o tempo seus olhos foram se acostumando. Havia grades, parecia uma prisão. Lorenco se perguntava o motivo de estar ali, estava confuso. Ele se levantava e observava, pouco conseguia ver, além da escuridão. A porta estava aberta, resolveu sair daquela cela, quando escutou um som tênue que o fez parar, pensou e continuou. Parecia um som de mecanismo , curioso saiu da cela. Era um corredor escuro, com milhares de celas, não parecia ter fim. Oque o motivava era o barulho dos mecanismos. Adentrava a escuridão, caminhava, caminhava e não parecia sair do lugar, quando ele ia perdendo as esperanças ele viu uma porta, não parecia uma cela, mas sim uma porta vermelha, daquelas de incêndio.
    Olhou para trás, e conseguia ver a parede, não havia mais escuridão. Lourenço tentava abrir a porta mas estava trancada. O barulho de mecanismos não vinha mais Dalí, mas sim de trás. Ele via a mesma criatura, sem olhos e careca andando em sua direção. Seus passos eram lentos, Lourenço se apavorava tentava abrir a porta por todo custo ,o ser estava mais perto, o rosto do ser parecia criar uma forma, era a forma de seu irmão mais novo.
    – O que eu fiz...
    Era uma lanchonete, Lourenço, sua mãe e seu irmão estavam comendo lanches e conversando sobre o futuro. Lourenço estava ali se divertindo e matando a sua fome. Quando ele pegava no lanche para colocar em sua boca, percebia que suas mãos estavam borradas.
    – Mãe, olha isso, você consegue ver minha mão. Dizia Lourenço desesperado.
    – Não tem nada de errado com sua mão, ela só esta com um pouco de Ketchup.
    As mãos de Lourenço foram ficando nitidez novamente. E ele via que a mesma estava cheia de sangue, aquilo não era Ketchup. Corria para o banheiro desesperado, tentava lavar sua mão, mas não conseguia o sangue parecia estar seco há muito tempo ali. Lourenço não conseguia enxergar seu rosto no espelho, apenas era um borrão. Seu irmãozinho entra no banheiro sorridente.
    – Esta tudo bem?..
    Lourenço olhava para seu irmão mas não conseguia o ver, apenas escutava a voz. Lourenço lavava seu rosto diversas vezes e se virava para traz, seu irmão agora estava La. Deitado no chão, pálido, morto.
    – O que eu fiz...
    – Você é o culpado.
    – Mas o que eu fiz?
    – Você e o culpado, nós te encontramos La.
    – Eu não fiz nada.
    Todos do tribunal se exaltam quando Lourenço fala que não fez nada, Lourenço escuta murmúrios das pessoas.
    – Cadeira elétrica a esse assassino.
    Fica assustado, angustiado e começa a chorar em meio ao tribunal.
    – Mas... eu não fiz nada, eu nunca fiz nada.
    – O que eu fiz...
    Lourenço estava em um quarto, mal iluminado. O cheiro de putrefação no lugar, não se via mais chão, o sangue havia tomado conta. O lugar estava cheio de moscas, e Lourenço ajoelhado em frente a dois corpos ou oque sobrará dos corpos. Ele estava ali a três dias, de joelhos, pensando. As larvas passavam sobe a carne de sua mãe , as moscas botavam seus ovos no corpo de seu irmão. Lourenço dava um pequeno sorriso no rosto, se levantava e gritava, somente, gritava.
    – Agora tudo faz sentido, eu me lembrei... .
    O cheio, os zumbidos, os gritos fizeram com que alguém da vizinhança desconfia-se de algo, a policia entrava pela porta. Lorenco estava com suas roupas ensopadas de sangue, Lorenco não estava triste, estava feliz. Só, perdido, preso se perguntará novamente:
    – O que eu fiz...

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