Terra maldita

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    Sozinha para Sempre

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    Mensagem por Juuh Qua Jun 26, 2013 5:40 pm

    Já era tarde da noite. Mara estava sozinha em casa, como sempre. 
     E pensar que ela poderia ter tudo: amigos, família, um bom emprego. Se não tivesse largado sua vida pessoal por aquele homem que tomou-lhe tudo que conquistara com o tempo.
     Tempo.
     Uma coisa tão preciosa que gastamos sem perceber. Num piscar de olhos, nos vemos numa cama de hospital, lamentando o que não fizemos enquanto havia chance.
     Mara desligou a televisão e foi para o quarto da filha falecida. Todas as noites, cantava canções de ninar naquele quarto.
     O mesmo quarto onde sua filha morrera.
     As memórias corriam á solta. Pensamentos a rodeavam. Se sentiu no gira-gira do parquinho onde costumava brincar na infância.
     Infância que Jullie não teve.
     Pegou o bloquinho rosa em que Jullie costumava desenhar. O abriu delicadamente com a ponta dos dedos. O papel tinha cheiro de morango, o favorito da filha. Folheou página por página, até a última folha.
     Não deveria ter lido.
     Lágrimas escorreram pelo rosto de Mara. Continuava cantando, com a voz trêmula. Olhava para todos os lados. 
     Na última página, estava escrito com sangue: "Pode correr, mas não se esconder."
     Sentiu uma respiração em seu pescoço. Quando se virou, deu um berro de horror.
     "Cante mais. Espero não estar atrapalhando."
     Correu para a janela. Daniel estava calmo, andando em direção a ela.
     "Você não leu direito?", disse Daniel com um sorriso malicioso.
     Saltou pela janela. A fina camisola que a cobria foi rasgada por uma grade que a cobria. Mara correu pelo gramado, gritando por ajuda. Mas não havia ninguém. Só ela.
     Correu mais.
     Não havia saída.
     Daniel estava na frente dela. Havia um martelo em sua mão. Ele começou a cantar canções de ninar, com pequenas pausas para risadas maldosas.
     No final de tudo, Mara estava irreconhecível, largada, sozinha.
     Para sempre.
     "Então um dos funcionários do manicômio a estuprou enquanto ela estava dopada, após isso, a apedrejou até ficar irreconhecível?", o policial que investigava o caso disse. "Que horror."
     "Sim."
     "Qual é o nome dela?"
     "Mara O'Sullivan."
     "Informações adicionais, por favor. Apenas o nome não é suficiente."
     "Matou o marido e a filha. Não fora presa. Fizera alguns exames que comprovaram a doença. Tinha que tomar drogas muito fortes para se manter consciente de seus atos. 38 anos. Alta, magra, olhos castanhos, cabelos loiros e longos. Morava em São Paulo, num bairro de classe alta. Entrou no manicômio quando tinha 35 anos."
     "Pode contar-me mais?"
     "O homem que a matou... Daniel. Ele era um cara de confiança. Tinha duas filhas, uma esposa maravilhosa e uma casa enorme. nunca fizera mal á ninguém. Todos os doentes o elogiavam. Isso é estranho demais."
     "É sim. Não se preocupe, vamos cuidar de tudo."
     Meses depois, encontraram Daniel Monroe dentro de uma cabana, no meio da mata atlântica. Lá, haviam corpos de várias pessoas mortas da mesma forma: apedrejadas até a morte. A maioria em decomposição avançada.
     [...]
     "Foi um plano genial, Fernando."
     "Foi sim."
     "Foi só pegar um enfermeiro que fazia graça com os pacientes dele, o matar, matar a paciente, para depois acharem que foi o enfermeiro. Dois coelhos com um só tiro, ou melhor, uma só pedra."
     "Mas por que o senhor deixou o corpo da mulher no manicômio?"
     "Só tornei as coisas mais divertidas."
     Fernando ficou quieto.
     "Quando iremos agir de novo?"
     "Em breve, meu amigo, em breve..."
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    Mensagem por Poeta Macabro Qua Jun 26, 2013 6:47 pm

    *---------* MANEIRO...

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