Terra maldita

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    Bring me souls'

    Lilith.
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    Mensagem por Lilith. Seg Nov 26, 2012 1:43 pm

    Era noite. O vento corria suavemente, mas o mesmo era tão gélido que era incapaz de um ser humano suportar sem estar vestido adequadamente.
    Numa estrada totalmente inutilizada a tal hora da madrugada, havia uma garotinha.
    A menina tinha aparentemente uns sete ou oito anos de idade, e não aparentava ser mais do que aquilo.
    Ela era docemente rósea nas bochechas, alva como a neve, de olhos verdes penetrantes e tinha os cabelos negros mais lisos e brilhantes que alguém já vira.
    Em sua mente, alguém falou.
    "Lydia.."
    - Sim..
    "Faça uma coisa para mim, minha querida."
    -... - A garota não havia se assustado com a voz, pois, de algum modo, ela a conhecia mais do que a si mesma.
    "Traga-me comida."
    - O que deseja..?
    "Quero inocência."
    - Onde acharei isso?
    "Em pessoas da sua idade...Agora vá!" - A voz soou ainda mais tenebrosa e a menina sentiu uma onda ainda mais gélida que a noite em sua espinha dorsal.
    - Sim..
    Agora chovia. A noite tornou-se ainda mais terrorífica e insuportável. Mas a menina não cansava. Seus olhos brilhavam e em sua boca havia se formado uma espécie de sorriso mecânico.
    A garotinha andou muito até que por fim encontrou um vilarejo, mas, ela estava um tanto sem sorte, pois, estava amanhecendo, e suas forças estavam se esgotando.
    Após as cinco da manhã, uma moradora saiu de sua casa para pegar as roupas que havia deixado no varal e reclamou.
    - Mas que droga.. terei de deixá-las aí novamente.. ainda estão molhadas! - E então ela se virou e deparou-se com a menina. Prontamente assustou-se ao ver aquela garotinha linda caída na terra molhada e sem pensar duas vezes a pôs nos braços e a levou para dentro de casa.
    Seu filho, de idade equivalente a da menina perguntou o que a mãe fazia com aquela garotinha e a mãe lhe contou o ocorrido.
    O garoto involuntariamente sentiu um tipo de afeição pela garota e ficou a observá-la durante todo o dia, até que ela acordou.
    A menina sentiu-se corar quando percebeu estar sendo observada, mas, concluiu que estava perto do que tinha que fazer.
    "Lydia.."
    A garota sabia que não podia responder à voz estando no meio dos anfitriões.
    - Ainda bem que acordou, querida. Está tudo bem? - A mulher dos olhos de mel e sorriso bondoso passava cuidadosamente a mão macia na testa da menina para verificar a temperatura.
    Lydia respondeu somente com um aceno de cabeça.
    A mulher sorriu para ela.
    - Está gelada ainda.. não quer tomar um banho quente para jantar daqui a pouco?
    Lydia disse que sim novamente com um aceno de cabeça.
    - Então vamos.. - A mulher puxou-a docemente pela mãozinha fria, levando-a até o banheiro.
    A menina despiu-se e a mulher tomou uma expressão aterrorizada ao ver vergões veementemente feitos e hematomas nos braços quase em formatos de mãos.
    - O que é isso, querida?!
    - Meu nome é Lydia...- a menina respondeu friamente e adentrou na enorme bacia de madeira escura, afundando-se até a pontinha do nariz.
    A mulher estranhou, claro, mas conteve-se , sabendo que Lydia era apenas uma criança possivelmente traumatizada e ofereceu-se para banhar a garota.
    - Não, obrigada..
    - Como quiser.. - A mulher prendeu seus lindos cabelos louros e saiu, deixando a menina a vontade.
    "Lydia"
    - Sim - sussurrou a menina.
    "Está perto?"
    - Sim.
    "Esta noite?"
    - Sim.
    Quando finalmente a garota saiu do banheiro, a comida cheirava deliciosamente, a levando direto para a cozinha. Ela sorriu. Mas não foi ela que sorriu de verdade..
    Lydia sentou-se à mesa e o garotinho dos olhos azuis que eram tão claros que chegavam a ser esbranquiçados continuava a olhá-la.
    Os três jantaram a comida gostosa e quando terminaram, a mulher liberou os dois para brincarem enquanto lavava a louça e arrumava a cozinha.
    - Brincar? - Lydia tombou a cabeça e piscou várias vezes seus enormes olhos.
    - Sim! Vamos? Por favor! - O menino implorava e Lydia sabia que se o fizesse dormir feliz, seria um presente melhor a oferecer à sua dama.
    - Me chamo Lydia..
    - Meu nome é Tom! Vamos, vamos brincar! - o menino rapidamente entregou-lhe um graveto que disse ser a espada e tomou um outro em mãos.
    Os dois "espadearam" até que Tom começou a cansar e o tempo tornava-se gélido novamente.
    - Para dentro, crianças! Vai chover!...Ai, minhas roupas! - A mulher empurrou delicadamente os dois para dentro de casa e correu para tirar as roupas já secas, porém congelantes do varal.
    Os dois foram para o quarto e ficaram brincando ainda com bichinhos de plástico.
    Lydia não se divertiu, mas sorriu e continuou fazendo o menino feliz.
    - Meninos, está na hora de dormir.. Lydia, pode ficar aqui por quanto tempo quiser, está bem? Esta noite vou deixar-lhe dormir aqui pois meu quarto está cheio de tranqueiras, mas prometo levar-lhe para dormir lá amanhã, tudo bem? - A mulher deu um beijo na testa de Tom e um pequeno beijo na bochecha de Lydia, que imediatamente colocou a mãozinha no rosto.
    - O-o quê? - Sussurrou a menina perplexa.
    - Tudo bem?
    -Sim.. - retomou novamente a frieza e deitou-se na cama larga com o menino.
    Tom dormiu rapidamente, estando mesmo muito cansado.
    Lydia fingiu dormir até que finalmente escutou as batidas calmas do coração da mãe de Tom.
    Lydia sentou-se na beirada da cama.
    "Lydia"
    - Sim..
    "Agora."
    -...A última vez?
    "Sim"
    A garota despiu-se e de poucos, sem brilho e nem barulhos, tornou-se uma lindíssima mulher, com curvas invejáveis. Seus olhos tonaram-se avermelhados como chamas e seus cabelos cobriam-lhe os seios a mostra.
    Lydia ajoelhou-se perante a cama de Tom, que ainda ressonava tranquilo e feliz e sugou-lhe a alma.
    Quando terminou, entregou a alma doce e pura do menino à sua dama e fugiu pela janela, feliz por não pertencer mais àquela criatura, porém triste por ser agora um ser das trevas...Mas no fundo ela adorava.
    Quando amanheceu, a mãe de Tom pareceu não se lembrar de Lydia, pois, não lhe havia perguntado nada.
    Mas o menino se lembrava. E se lembrou de ter visto uma linda mulher com olhos quentes como o inferno lhe matar por dentro. Mas não contou nada à mãe pois não sentia necessidade.
    "Tom"
    - Sim..
    "Faça uma coisa para mim, me
    u querido.."

    -Ally Bathory

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