Terra maldita

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    novo começo, nova vida, nova eu

    Grimmjow Jaggerjack
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    novo começo, nova vida, nova eu Empty novo começo, nova vida, nova eu

    Mensagem por Grimmjow Jaggerjack Sáb Nov 10, 2012 10:33 pm

    Me mudar para um lugar novo era algo grande para mim. 3 horas de distância da minha casa, da cidade que eu amava, da cidade na qual eu cresci, e do meu ex-namorado que foi o motivo para que eu fosse embora, quase fugindo.
    Novo começo, nova vida, nova eu, era o que eu havia decidido quando me mudei.

    Eu estava me saindo bem nos primeiros 6 meses, meu trabalho estava ótimo e eu até comecei a sair com um cara novo chamado Paul. Ele tinha basicamente tudo que meu ex não tinha. Era educado, gentil, compreensivo e com aquele toque masculino na medida certa. As coisas estavam se saindo tão bem que eu sequer percebi quando começaram a dar errado. Foi quando e percebi que certas coisas que vinham acontecendo não eram apenas coincidências pequenas, e que estavam se juntando parar formar algo maior e mais complicado, e agora que paro para pensar era bem pior o que eu imaginava. Algo que me fez metade da mulher que eu fui um dia.
    Começou por umas coisas pequenas, como o livro que eu estive lendo, lembrava tê-lo deixado no criado-mudo do lado da cama, e depois achá-lo no banheiro. A foto minha e de minha mãe que sempre matinha sobre a lareira estava no chão, quebrada. A frigideira estava com restos de comida e no chão, que eu não lembrava de ter preparado. A partir do momento em que eu morava sozinha, não podia ser mais ninguém. A princípio só imaginei estar sendo descuidada, então começaram a acontecer mais e mais coisas, como quando voltei para casa me lembrando de ter deixado a tv desligada e agora ela estava ligada e meu colar preferido fora da caixa de jóias, no chão. Liguei para Paul e chamei ele até minha casa para me ajudar a procurar por sinais de invasão. Ele aceitou gentilmente, mesmo achando que eu estava me preocupando demais.

    "Amor, eu sei que geralmente você é muito organizada, mas as vezes as pessoas se enganam, colocam coisas fora do lugar e se esquecem". Ele me disse para tentar relaxar. Eu sabia que ele estava certo, mas algo simplesmente não estava certo sobre aquilo tudo.

    Ele ficou por uma semana mas nós só estávamos namorando a uns meses, e eu não queria que ele percebesse meu potencial para paranóia. Então após essa semana eu disse a ele que tudo bem, ele podia ir. Ele gentilmente me disse que se precisasse de algo era só ligar. Eu honestamente esperava que não precisasse.

    Na noite em que ele foi embora eu fiquei assistindo tv. Estava um pouco ansiosa mas disse a mim mesmo que só estava exagerando. Estava tão cansada que me deixei levar por um filme e dormi na metade. Acordei as 4 da manhã coberta por um cobertor que não estava lá. Todas as outras coisas aconteceram quando estava fora da casa, então isso me assustou mais que o normal. Peguei meu telefone e liguei para Paul. Enquanto ligava percebi que talvez eu mesmo pudesse ter pego o cobertor para mi mesmo, talvez fosse essa a resposta para tudo. Quando Paul atendeu ele estava preocupado. Disse a ele o que aconteceu e pedi desculpas por tê-lo acordado.

    "Tudo bem, amor. Eu já estava acordado."

    Me senti levemente melhor, disse boa noite e fui dormir.

    Passei dois dias só descansando após o trabalho, assistindo tv. Na segunda noite estava escuro demais lá fora, então abaixei as cortinas. Pensei ter ouvido algo lá fora, mas me convenci de que era somente um cachorro ou um gato, e seguiu assim por uma hora e meia, mas então uma pancada na janela me gelou o coração.

    Liguei para Paul e ele foi atencioso e disse que já estava vindo. Enquanto esperava ele chegar, ouvi uns barulhos na porta e relutei em abrir, mas quando o fiz, era apenas Paul. Ele chegou mais rápido do que eu esperava. Foi muito carinhoso e pediu docemente para que eu me acalmasse e que estava tudo bem. Pediu uma lanterna e circulou a casa, até gritando por alguém, mas não havia ninguém.

    Naquela noite ele ficou e me colocou para dormir.

    Na manhã seguinte eu disse a ele que estava tudo bem, e que eu provavelmente só estava exagerando mesmo, e que podia ter sido um pássaro ou qualquer coisa assim, então ele foi para casa. Quando cheguei do trabalho, fui olhar a janela que havia sido batida na noite passada e abaixo dela achei meu próprio relógio.

    Essa descoberta realmente me fez questionar tudo que estava acontecendo até agora. E se fosse tudo criação da minha imaginação? Comecei a achar que estava ficando um pouco louca. Não sabia o que estava acontecendo e as explicações pareciam pouco confiáveis uma vez que só eu presenciava as esquisitices e tudo parecia tão estranho só comigo.

    Uma noite alguns dias depois, eu estava na internet, e por acaso vendo vídeos no youtube, quando a conexão falhou. Desci as escadas para checar o roteador e vi o plug em cima do sofá. Naquele momento percebi que não havia sido eu. Eu estava no computador e não poderia ter feito aquilo. Então percebi que se não havia sido eu, alguém devereria ter entrado em minha casa e feito aquilo. Talvez ainda estivesse em minha casa. Liguei para Paul e ele não atendeu. Após três chamadas deixei uma mensagem dizendo que ia até sua casa porque coisas estranhas estavam acontecendo de novo. Peguei meu carro e fui. Cheguei em sua casa e achei estranho pois ele não estava lá. Ele não havia mencionado que sairia mas nós não contávamos tudo um ao outro então eu simplesmente liguei para ele de novo. Quando atendeu ele estava ofegante e assustado exatamente como eu me sentia. Ele disse que tinha recebido minha mensagem e estava voltando para me encontrar.

    Eu perguntei a ele se deveríamos chamar a polícia, mas ele disse que provavelmente não achariam ninguém e que se realmente houvesse alguém na casa, provavelmente já estariam longe a essa hora, pois haviam perdido a chance de me atacar. Era tudo muito lógico e me senti muito mais segura em seus braços. Deixei as coisas como estavam e ele me disse que voltaria no dia seguinte para olhar.

    Naquela noite ele permaneceu roncando suavemente próximo a mim, mas eu não consegui dormir. Estava pensando demais quando um pensamento estranho me ocorreu. Quando eu chamei ele mais cedo ele apareceu mais rápido do que eu esperava, e ele sempre estava por perto da minha casa, tinha acesso aos meus pertences e até minhas chaves reservas. Nunca estava por perto quando acontecia algo e me desencorajou a chamar a polícia. E se eu estivesse deitada do lado do homem que tem feito tudo isso a mim? Não aguentei o pensamento, mas cada vez mais e mais parecia fazer sentido e eu e assustei como nunca na vida. Deslizei de leve para fora da cama e fui até sua escrivaninha para procurar algo. Lá estava meu colar, meu pertence mais caro, nas coisas dele.

    Mas, o que ele estaria ganhando com isso? Poder, eu acho. É. No fim das contas, é tudo poder, ele não é tão diferente assim do meu ex. Eu pensei em acordá-lo e confrontá-lo mas acho que era exatamente isso que ele queria. Não suportava mais estar ali.

    Sem pensar duas vezes eu saí, fui de volta para casa. Precisava pensar mas também precisava me concentrar na estrada. Como eu cheguei em casa inteira, nunca vou saber.

    A ligação que eu recebi de manhã era a que eu esperava mas não sabia como responder. Era ele, perguntando porque eu tinha ido embora? Disse a ele que não conseguia dormir e precisava pensar um pouco. Não se convenceu muito mas deixou por isso mesmo. Ele perguntou se queria que ele viesse checar a casa de novo para ver se achava algo ou alguém, mas eu disse que estava tudo bem, não precisava. Mas não contei que havia mudado as fechaduras ou que tinha colocado uma tranca extra na porta.

    Pela próxima semana eu basicamente me excluí da sociedade. Avisei no trabalho que estava doente e parei de atender as ligações de Paul. Ele começou a me mandar mensagens dizendo o quanto estava preocupado e até veio aqui algumas vezes bater na porta, mas eu só ignorava. Então resolvi ligar para ele e dizer que tinha voltado para a casa da minha mãe para passar uns dias e pensar. Não podia sair da casa por ele poder entrar e fazer algo pior. Não podia nem chamar a polícia, porque provavelmente me achariam louca por não ter provas.

    Acordei na noite seguinte a ligação que fiz a ele com um barulho na porta da cozinha. Peguei a faca grande que sempre mantinha comigo e me esgueirei pela parede.

    Tinha certeza que ele viria. Certeza que ele entraria. Foi tudo bem por um tempo, sem mais sons pela noite. Tirando alguns míseros segundos, eu não dormi nada nessa noite. Quando o sol nasceu, eu me levantei de minha cama e fui fazer mais café. Parei morta no caminho para minha sala.

    "Porque você não me quer na sua vida?!"

    Letras de metro e meio rasgadas na parede. Caiu no chão chorando. Ele entrou na minha casa. Eu chequei a porta, sem sinais de arrombamento, não entendi como ele fez isso.

    Liguei para a polícia e disse tudo que aconteceu. Contei-os sobre Paul, disse a eles o quanto estava assustada. Eles fizeram um b.o e vieram checar minha casa. Não acharam sinais de arrombamento nem de entrada. Na verdade, não havia entrada na minha casa, salvo uma pequena janela no porão que eu não me lembrava de ter trancado.

    Me deixaram e me disseram que iam falar com Paul. Tranquei a porta quando eles saíram.

    Fiquei acordada de novo. Sentada na minha cama contra a parede e com minha faca em mãos; nem precisava mais de café para ficar acordada. Mais barulho durante a noite. Eu não pude sair do quarto para checar. Os barulhos aumentaram por mais tempo também. Na manhã seguinte uma nova mensagem. Bem abaixo da outra, escrita com mais raiva, mais incompreensiva, cheia de fúria.

    "Porque você simplesmente não me deixa entrar?"

    Perdi o ar dos pulmões e liguei para a polícia de novo. Investigaram tudo, tiraram mais fotos e fizeram um escritório na minha sala.

    Prisioneira em minha própria casa, ao menos me sentia mais segura. Passei por um dia normal após semanas de loucura. Quando a noite veio eu dormi profundamente após checar que haviam três carros da polícia lá fora.

    Acordei melhor do que nunca e desci as escadas pronta para oferecer aos policias um pouco de café quando me deparei com algo que nunca me esquecerei.Uma terceira mensagem, por cima das outras duas, em letras imensas. A tinta estava pingando, em vermelho forte, como sangue.

    "Eu entrei."

    Corri até o carro da polícia mas ele não estava lá. Falei com os policiais e imediatamente mandaram reforços. Estava muito assustada para voltar para casa e fiquei parada tremendo no gramado. Em minutos os reforços chegaram e logo minha casa estava cheia de policiais. Dois homens saíram de dentro de minha casa com uma maca coberta e eu não precisei preguntar quem era. Era o policial que estava no escritório em minha casa.

    Fui levada até a delegacia onde me deram um lençol e um chá. Quando tentaram pegar meu depoimento, eu não conseguia falar. Gritava com eles com os meus olhos de que havia sido Paul, e que eles precisavam parar ele, impedir que ele fizesse aquilo de novo. Mas eles não me entenderam. Me deram pílulas e um doutor veio me ver. Os policiais decidiram me manter em uma cela durante a noite devido a morte que aconteceu em minha casa. Me disseram que não acharam Paul, o cara dele havia desaparecido e sua casa vazia. Fiquei feliz em estar na delegacia aquela noite, me senti mais segura. Dormi sendo perturbada por pesadelos nos quais eu era perseguida por uma criatura que não conseguia identificar. Sabia que era Paul.

    Acordei de manhã com o Doutor na minha frente. Ele estava me explicando algo, eu realmente não consegui entender direito. Algo sobre "dormir" e "múltiplas" e "perigoso". Eu logo percebi que não estava na cela em que tinha dormido. Essa era maior, mais brilhante, mais branca e eu não conseguia me mexer.

    Aparentemente escrever isso aqui deveria me ajudar, pelo que disse meu psiquiatra. Eu acho entediante.



    Fonte: Creepy Pasta Brazil

      Data/hora atual: Sáb Abr 27, 2024 6:50 am