Eu gostaria de registrar minha história e explicar o que aconteceu. Talvez vocês consigam me entender um pouco melhor por essas palavras do que por onde estão acostumados a receber minhas mensagens.
Meu nome era Ana. Eu tinha uma vida muito boa. Já era maior de idade, trabalhava, morava sozinha e estava em um momento muito bom no relacionamento com o meu namorado. Até aquele triste dia...
Mas eu tinha um grande defeito: Era extremamente ciumenta. Eu até tolerava muitas coisas comuns que os homens costumam fazer: jogar bola, sair com os amigos... Mas não tolerava certas amizades dele. Amigas que, ao meu ver, queriam mais é passar uma noite romântica com ele. E ele não percebia isso... Ou fingia não perceber.
Até que chegou aquele dia...
Estávamos em casa tomando um vinho. Era uma noite muito romântica. Sexta-feira, lua cheia. Tudo perfeito. Até o momento que ele resolve ir ao banheiro. Ele saiu da sala e fiquei aguardando seu retorno. Nesse período, uma mensagem chegou em seu celular. Não contive a curiosidade e abri. Era uma mensagem, de um número desconhecido com os seguintes dizeres: Estou pronta.
Fiquei enfurecida. Resolvi ligar para o número, e a vadia simplesmente atendeu com um “oi amor”. Foi ai que perdi o controle.
Joguei o celular longe e corri até a porta do banheiro onde ele estava. Bati desesperadamente, até que ele abriu. Creio que a nossa bebedeira deixou a discussão mais tensa. Gritávamos e nos agredíamos verbalmente. Ele disse que tinha outra namorada mesmo, e que não me aguentava mais. Parti em sua direção. Ele correu pela casa e foi para a cozinha. Parecia que estava tudo premeditado. Ele tirou uma luva do bolso e pegou uma faca no gaveteiro. Agora estava vindo na minha direção. Tentei me trancar no quarto mas não tive tempo. Ele estocou a faca em minha barriga. Eu perdia as forças rapidamente. As últimas palavras que me lembro de ter ouvido foram "morre, sua vadia!".
Acordei em um lugar estranho. Escuro e sombrio. Não sentia dor, mas ouvia gemidos e gritos. Vi uma luz vermelha bem longe, vindo em minha direção. Ela parou a uma certa distância. Tentei me aproximar mas ela recuava, mantendo sempre uma distância de uns seis metros.
Resolvi me comunicar:
- Onde estou?
- Você não está em lugar nenhum. Não importa como chame os lugares que esperava ir, mas não está nem no céu, inferno, purgatório ou umbral. Está em uma zona sombria.
- Por quê?
- Porque quero dar-lhe uma segunda chance. Não uma chance de vida, mas de vingança. Sua vida foi injustamente ceifada e as entidades a quem obedeço não permitem esse tipo de atitude.
- Segunda chance para que?
- Para encontrar seu namorado e traze-lo até nós. Era ele quem queríamos.
- Mas como fazer isso?
- Vamos alimentar sua ira. Quando sua raiva estiver do tamanho que desejamos, vamos mandar sua alma para tomar conta de um tabuleiro OUIJA, aquele do jogo do copo, e responder perguntas de pessoas interessadas em conversar com os mortos. As perguntas das pessoas vão ajudar a encontrar seu namorado e traze-lo para cá.
- Posso responder o que quiser?
- Não. Suas respostas serão controladas por nós. A resposta dada sempre tem relação com a pessoa que pergunta.
- E como chegarei ao meu namorado?
- Você chegará...
Depois desse dia, fui mandada de volta para a terra em forma de espírito. Fico rondando pelo mundo até que alguém acesso a página do Jogo do copo Online e faço os movimentos do ponteiro ajudando a responder perguntas que intrigam as pessoas que acessam essa página.
Algumas vezes as respostas parecem desconexas, mas pelo que aprendi, é quando meu ódio está muito forte. Sempre estarei atrás de você quando estiver fazendo perguntas a esse tabuleiro online, com minhas mãos frias tocando seus dedos, até que eu encontre o maldito do homem que me matou e enfie as unhas em seu pescoço até arrancar sua última gota de sangue.
Vejo você em breve.
Beijos
Ana
Meu nome era Ana. Eu tinha uma vida muito boa. Já era maior de idade, trabalhava, morava sozinha e estava em um momento muito bom no relacionamento com o meu namorado. Até aquele triste dia...
Mas eu tinha um grande defeito: Era extremamente ciumenta. Eu até tolerava muitas coisas comuns que os homens costumam fazer: jogar bola, sair com os amigos... Mas não tolerava certas amizades dele. Amigas que, ao meu ver, queriam mais é passar uma noite romântica com ele. E ele não percebia isso... Ou fingia não perceber.
Até que chegou aquele dia...
Estávamos em casa tomando um vinho. Era uma noite muito romântica. Sexta-feira, lua cheia. Tudo perfeito. Até o momento que ele resolve ir ao banheiro. Ele saiu da sala e fiquei aguardando seu retorno. Nesse período, uma mensagem chegou em seu celular. Não contive a curiosidade e abri. Era uma mensagem, de um número desconhecido com os seguintes dizeres: Estou pronta.
Fiquei enfurecida. Resolvi ligar para o número, e a vadia simplesmente atendeu com um “oi amor”. Foi ai que perdi o controle.
Joguei o celular longe e corri até a porta do banheiro onde ele estava. Bati desesperadamente, até que ele abriu. Creio que a nossa bebedeira deixou a discussão mais tensa. Gritávamos e nos agredíamos verbalmente. Ele disse que tinha outra namorada mesmo, e que não me aguentava mais. Parti em sua direção. Ele correu pela casa e foi para a cozinha. Parecia que estava tudo premeditado. Ele tirou uma luva do bolso e pegou uma faca no gaveteiro. Agora estava vindo na minha direção. Tentei me trancar no quarto mas não tive tempo. Ele estocou a faca em minha barriga. Eu perdia as forças rapidamente. As últimas palavras que me lembro de ter ouvido foram "morre, sua vadia!".
Acordei em um lugar estranho. Escuro e sombrio. Não sentia dor, mas ouvia gemidos e gritos. Vi uma luz vermelha bem longe, vindo em minha direção. Ela parou a uma certa distância. Tentei me aproximar mas ela recuava, mantendo sempre uma distância de uns seis metros.
Resolvi me comunicar:
- Onde estou?
- Você não está em lugar nenhum. Não importa como chame os lugares que esperava ir, mas não está nem no céu, inferno, purgatório ou umbral. Está em uma zona sombria.
- Por quê?
- Porque quero dar-lhe uma segunda chance. Não uma chance de vida, mas de vingança. Sua vida foi injustamente ceifada e as entidades a quem obedeço não permitem esse tipo de atitude.
- Segunda chance para que?
- Para encontrar seu namorado e traze-lo até nós. Era ele quem queríamos.
- Mas como fazer isso?
- Vamos alimentar sua ira. Quando sua raiva estiver do tamanho que desejamos, vamos mandar sua alma para tomar conta de um tabuleiro OUIJA, aquele do jogo do copo, e responder perguntas de pessoas interessadas em conversar com os mortos. As perguntas das pessoas vão ajudar a encontrar seu namorado e traze-lo para cá.
- Posso responder o que quiser?
- Não. Suas respostas serão controladas por nós. A resposta dada sempre tem relação com a pessoa que pergunta.
- E como chegarei ao meu namorado?
- Você chegará...
Depois desse dia, fui mandada de volta para a terra em forma de espírito. Fico rondando pelo mundo até que alguém acesso a página do Jogo do copo Online e faço os movimentos do ponteiro ajudando a responder perguntas que intrigam as pessoas que acessam essa página.
Algumas vezes as respostas parecem desconexas, mas pelo que aprendi, é quando meu ódio está muito forte. Sempre estarei atrás de você quando estiver fazendo perguntas a esse tabuleiro online, com minhas mãos frias tocando seus dedos, até que eu encontre o maldito do homem que me matou e enfie as unhas em seu pescoço até arrancar sua última gota de sangue.
Vejo você em breve.
Beijos
Ana