- Spoiler:
- 22 de Setembro de 2001
Querido diário,
Hoje acordei sentindo algo estranho. Algo dentro de mim não estava muio certo.
Na verdade, meu dia não deu certo.
Meus pais me bateram novamente, sem nenhum motivo. Eles abriram a porta do meu quarto e começaram a me espancar.
Depois, tentarei esconder os hematomas com maquiagem para ninguém perceber que eu levei uma surra.
Na escola, aquela megera da Amy espalhou um boato de que eu estou dando mole para o professor de história. Não gosto disso. Todos riram de mim e sei que continuarão rindo até o fim da minha vida.
Estou chorando muito. Minha cabeça dói, meu corpo dói. Mal consigo escrever!
Bem, melhor que dormir antes que meus pais entrem no meu quarto e me vejam escrevendo nesse diário. Eles vão querer lê-lo e não irão gostar de nada que está escrito aqui. Eles sabem que se esse diário cair na mão de alguma autoridade, eles irão presos. Ver eles na cadeia é o que eu mais quero, mas sei que eles me matariam se soubessem que eu entreguei eles para a polícia.
Adeus diário. Até amanhã.
23 de Setembro de 2001
Querido diário,
Hoje foi um dia realmente estranho para mim.
Amy caiu da escada e quebrou a perna. Apenas eu estava lá, na frente dela. Tive vontade de fazer tudo com ela, ela estaria tão indefesa... Mas não fiz nada. Apenas fiquei olhando para ela, para o olhar de dor com que ela me olhava. Senti um imenso prazer com a dor dela, foi até engraçado.
Virei as costas e fui até a sala de aula. Não seria eu quem iria ajudar Amy, principalmente depois de tudo que ela fez comigo.
Me senti estranha por ter sido tão cruel. Mas eu gostei... Não me sinto culpada por ter gostado. Não mesmo.
Quando voltei para casa, fiquei surpresa ao ver a minha mãe e meu pai conversando. Pareciam felizes. Os dois estavam de bom humor. Acho que foi por esse motivo que não me bateram hoje.
Vou tomar um banho. Após isso, irei para a minha cama.
Boa noite, diário.
25 de Setembro de 2001
Querido diário,
Ontem ocorreu um evento muito estranho em minha escola.
Eu e Amy acabamos brigando. Ela estava revoltada por causa que não prestei socorros ao ver ela machucada, na escada. Eu não liguei para porra nenhuma do que ela disse. Só a xinguei de coisas que nem eu mesma conhecia, depois fui em bora.
Quando estava voltando para casa, Amy e um grupo de amigos estavam me esperando. Eram cinco pessoas, e delas, três eram homens. Todos os integrantes do grupo estavam armados com canivetes.
Tentei passar por eles. Olhei de relance para ver se eles estavam me seguindo. O pior é que estavam.
Um dos homens me agarrou pelos braços.
"Vamos brincar, princesa." - ele disse. Sua boca cheirava á bebida e cigarros.
O outro homem, me deu um chute no estômago. Amy também me atacou com múltiplos socos.
"Revide! Vamos ver quem é que vai te ajudar nessa!"
Algo dentro de mim estava dizendo "Você pode mais! Dê uma surra nesses filhos da puta!", mas eu não fiz nada. Estava sem reação.
Tinha uma outra garota junto a Amy. Era a melhor amiga dela, Natasha, mais conhecida como Nathy.
Nathy disse para os dois brutamontes me segurarem bem forte. Ela pegou um lenço de dentro de sua bolsa. Depois, esfregou o lenço na minha cara.
"Sabia que tinha algo por trás dessa maquiagem..." - Nathy disse, olhando para o meu olho roxo.
"Tenho pena de você. Tão mal amada... Está pior que um cão de rua!" - Amy disse.
Todos do grupo estavam rindo de mim. Não suportei isso.
Tentei me livrar do cara que estava me agarrando. O chutei nas partes baixas e quando ele me largou, dei uma cotovelada na cara dele.
"Como eu fiz isso?" - Eu mesma me perguntei.
Logo depois, dei um soco certeiro na cara de Amy. Peguei o canivete que caiu de sua mão. Amy desmaiou na hora.
E quanto a Nathy? Bem, ela tentou me dar chutes e socos, mas eu dei uma facada bem no estômago dela... Não sabia se ela estava morta, mas senti um prazer imenso ao esfaqueá-la.
Os outros dois "brutamontes" não deram nenhum trabalho para mim. Um deles tentou me atacar com seu canivete. Ele esfaqueou minha perna. Depois ele tentou esfaquear o meu pescoço, mas eu fui mais rápida e me abaixei. E então, após eu me levantar, dei uma facada nos olhos do homem.
Me senti tão... bem...
O outro homem fugiu no momento em que enfiei a faca nos olhos de seu amigo.
Voltei para casa normalmente, como se nada tivesse acontecido. Óbvio que peguei tudo que toquei e joguei na lareira da minha casa. Não poderia deixar pistas.
Testemunhas? Não vou precisar me preocupar com elas, afinal, a rua estava deserta e o homem que restou não irá ter coragem de contar para as autoridades o que eu fiz. Ele viu o que sou capaz de fazer.
Estou me sentindo muito satisfeita.
- Spoiler:
- 02 de Outubro de 2001
Querido diário,
Já faz um tempo que não escrevo, né?
Essa semana foi bem difícil. Os policiais estavam investigando o assassinato do grupo de jovens. Sabem quem é o maior suspeito? O homem que estava com eles ontem. Sabe, aquele que eu não matei... Quando ele estava falando com o policial, olhei para ele com um olhar ameaçador. Isso o fez ficar com mais medo ainda. Sei que ele não vai me dedurar.
Tudo está correndo perfeitamente.
Ah, quase me esqueci de registrar isso...
A minha mãe anda mexendo nas minhas coisas. Ontem, o meu diário estava em cima da mesa, ao invés de estar no fundo do meu armário.
Será que ela o leu?
Bom, vou dormir preocupada essa noite, mas ainda sim tenho que parecer normal. Ou pelo menos tentar...
CADERNO DE ANOTAÇÕES:
- Spoiler:
- NOTA 1:
Bosta. Eu não consegui encontrar o meu diário.
Foi a minha mãe quem pegou. A vi falando no telefone ontem. Ela quer se livrar de mim, isso é certeza. A ouvi ligando para um centro psicológico. Ela e meu pai querem me levar para lá.
Não se eu for mais rápida.
- Spoiler:
- NOTA 2:
Minha mãe me convenceu a entrar no carro com ela e com o meu pai. Ela me disse que iria me levar para um "lugar legal". Eu já sabia que o lugar não era nada legal, mas entrei no carro mesmo assim.
"Filha..." - meu pai disse.
"O que foi, pai?" - Nesse momento, ele foi para o acostamento da estrada.
"Eu sei o que você fez. Eu e sua mãe sabemos."
"E o que eu fiz?"
"Você sabe o que fez." - Minha mãe disse enquanto tirava uma faca de dentro da bolsa.
O que ela não sabia é que eu também me armei e estava com os instintos a flor da pele, para a infelicidade deles.
Minha mãe passou a faca para o meu pai. Ele tentou me esfaquear inúmeras vezes, mas eu não movi os meus punhos.
Não sabia se era aquilo que queria fazer.
Daí eu me lembrei de todas as vezes que eles me bateram, todas as vezes que eles me trancaram no quarto sem comida ou água e de todas as vezes que eles me xingaram.
Aquela raiva toda estava acumulada em mim. Era hora deles dois pagarem o preço.
Soquei a minha mãe até ela desmaiar. Eu tinha outros planos para ela. E meu pai? Bem, eu o esfaqueei sem dó ou piedade. Depois, cortei os ouvidos dele, arranquei os olhos e todos os dedos. Apenas por diversão. Eu sentia prazer em fazer aquilo.
Fiquei esperando a minha mãe acordar.
Raspei a faca na perna dela. Depois, arranquei todas as suas unhas e assim foi a noite toda.
Me diverti tanto...
Acho que já é hora de eu sair desse carro.
Vou fugir desse lugar, vou sair dessa cidade. Vou fazer todos sofrerem e pagarem pelo que fizeram comigo. Isso vai ser muito prazeroso...
NÃO OLHE PARA TRÁS
Última edição por Anônima em Sáb Dez 22, 2012 8:45 pm, editado 1 vez(es)